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Um satélite artificial da terra é uma artefacto que gira em torno do globo terrestre. Satélites geostacionários giram em torno do globo com um período orbital igual ao período de rotação da terra, completando assim uma volta em 24 horas e mantendo-se em repouso em relação à um observador situado na superfície terrestre, e consequentemente mantendo o alinhamento do mesmo com as antenas situadas na estação terrena (antenas), garantindo desse modo comunicação ininterrupta entre o satélite e a terra (estação terrena).

Para manter um satélite operacional (em bom estado de saúde) e a sua manutenção no ponto de operação, equipas multidisciplinares com formação específica são necessárias, dentre elas a equipa de Planeamento de Voo e Análise de Subsistemas do Satélite.

Essa equipa de operadores é responsável por planear todas as acções realizadas e analisar a saúde do satélite com base na telemetria do satélite.

Operar um satélite como é o caso do Angosat-2, a semelhança de outros satélites, requer que todas as acções realizadas para com o satélite sejam previamente planeadas e coordenadas, dada a criticidade que elas representam e o impacto nefasto/fatal que essas acções podem constituir quando executadas de forma não conveniente.

Planear actividades a serem executam com o satélite implica elencar uma série de actividades descritas no manual de operacão para um determinado dia, mês ou até mesmo ano com a antecipação necessária para posterior execução (envio de comandos para o satélite), enquanto que analisar subistemas do satélite consiste em avaliar ou estudar a saúde do satélite por meio das informações de telemetria recebidas do satélite de modo a emitir recomendações (sempre que necessário) e propor solucões para eventuais problemas ou anomalias que surjam no decorrer da operação.

Por isso, o especialista de Planeamento de Voo e Análise de Subsistemas é um dos elementos cruciais para a efectivação dessas tarefas, e tem como principais responsabilidades na operação de satélite as seguintes actividades:

a) Criar planos de voo do satélite;
b) Analisar a saúde do satélite e da carga útil;
c) Estudar e analisar os resultados da operação com base na telemetria enviada pelo satélite;
d) Analisar as falhas e anomalias ocorridas no satélite, estudando-os de forma profunda para diagnóstico das causas-raiz dessas situações não nominais;
e) Fazer ou propor recomendações aos operadores de satélites com base nas conclusões saídas do estudo feito dos dados de telemetria para a resolução e eliminação de anomalias;
f) Analisar a saúde da carga útil do satélite.

De salientar ainda que os especialistas de Planeamento e Análise de Subsistemas de Satélite requer um conhecimento aprofundado do satélite, como a sua anatomia, o diálogo entre diferentes subistemas do satélite (interfaces), modos de operação etc. Pois esses especialistas precisam entender e compreender a resposta do satélite a cada tipo de acção feita para com o mesmo ou seja o comportando que se espera do satélite para cada comando enviado.

Autor:

Masala Samuel Nsungani
Especialista de Turno para Operação de Satélite do Centro de Controlo e Missão de Satélites da Funda
Mestre em Aplicações Espaciais e Serviços pelo ISAE-SUPAERO, França