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No âmbito da visita presidencial francesa a República de Angola a convite do Chefe de Estado angolano, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) e a Airbus Defence and Space assinaram esta sexta-feira, 3 de Março, um contrato para a construção do primeiro satélite de Observação da Terra angolano, designado ANGEO-1.

O satélite ANGEO-1, de altíssimo desempenho, será construído pela Airbus Defence and Space, na República de França, e está dentro dos mecanismos e acções de reforço da parceria e colaboração entre os dois estados.

Como se sabe, sob coordenação do ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, o país, há algum tempo, tem feito/desenvolvido diversas aplicações no domínio espacial utilizando imagens de satélite da Airbus Defence e Space France, nomeadamente: a TECHGest, TECH-Agro e TECH-Ecologia, lançadas no dia 02 de Dezembro de 2022, e que fazem uso a recursos de satélites ópticos, radar e drones, capazes de disponibilizar ao mercado nacional as melhores e mais modernas soluções tecnológicas aliadas ao conhecimento científico e a experiência específica de nossos parceiros.

As aplicações, vão desde soluções para estimar a produtividade agrícola, monitoramento de desflorestação, monitorização de obras de construção, à monitorização e detecção de derrames de petróleo e detecção de navios.

Com a construção e entrada em funcionamento do ANGEO-1, será possível fazer mais de mil imagens de alta resolução por dia com extrema capacidade de aquisição para uma cobertura local, nacional e regional sendo altamente eficiente para as principais aplicações angolanas. Graças ao acesso massivo a imagens de satélite, o ANGEO-1, de alta tecnologia, contribuirá fortemente para o desenvolvimento das infraestruturas, mapeamento de Recursos Naturais, Vigilância Marítima, incluindo Pesca, Agricultura, Censo Populacional, só para citar estes.

Este satélite de última geração se baseia em mais de 30 anos de experiência da Airbus Defence and Space na construção de sistemas espaciais altamente confiáveis e de alto desempenho. Uma vez em operação, se tornará no satélite bastante avançado e capaz de sua classe na região, posicionando Angola como uma potência líder no domínio espacial.

O ANGEO-1 promoverá ainda mais o desenvolvimento do país em muitos sectores diferentes, melhorando a vida dos cidadãos angolanos, construindo capacidades, diversificando a economia e beneficiando um sector muito diversificado. Além desta, o ANGEO-1, possibilitará ainda que Angola continue a desenvolver ferramentas de apoio a tomada de decisão baseadas no espaço, aumentando assim a eficiência em uma variedade de sectores, tanto nos domínios civil, público e de segurança. Isto inclui uma melhor compreensão das origens e impactos das mudanças climáticas na economia, por exemplo, monitoramento da seca, aumento do nível dos mares, recursos hídricos e redução da perda de activos com acções mais eficazes de preparação
para desastres e de resposta.

Formação de quadros

Como parte do contrato, pelo menos 15 especialistas angolanos serão treinados para operar o ANGEO-1 e, no domínio académico, dar-se-á também continuidade às formações nos graus de: mestre doutor e pós-doutor no domínio espacial, uma acção que busca da continuidade ao programa de construção, reforço e alargamento das competências internas através de programas de transferência de conhecimento e treinamento direccionado. Isto inspira e motiva as jovens gerações para uma carreira na ciência, tecnologia e noutros campos relacionados ao espaço.

Em Toulouse, França, por exemplo, em um dos institutos de referência mundial em tecnologias espacial, ISAE-SUPAERO, onze engenheiros angolanos foram treinados a nível de mestrado em áreas como: aplicações espaciais utilizando imagens de satélite, engenharia de sistemas espaciais e gerenciamento de projectos.

Histórico

Desde 12 de Outubro de 2022, Angola opera o ANGOSAT-2 – um satélite de telecomunicações que fornece serviços de telefonia, internet, rádio e televisão com boa parte da capacidade do satélite da banda C vendida.

Com base na Estratégia Espacial Nacional e para continuar usando os benefícios das tecnologias espaciais para apoiar o desenvolvimento socioeconómico de Angola, o governo angolano tomou a iniciativa de desenvolver o satélite de Observação da Terra ANGEO-1.